terça-feira, fevereiro 14, 2006

Dedicado a um amigo

Calor! Muito calor sinto eu por aquelas estradas de terra batida ladeadas de silvas agrestes e árvores sem cor. Ainda me recordo da última vez que por lá passei. Foi ontem, ontem à tarde. A saia prende-me os passos e o caminho parece cada vez mais longo! Já estava atrasada! Até parece bem chegar tarde. Por fim avisto-o! É inconfundível no seio daquela paisagem. Magoaste-me. Magoaste-me tanto com essas tuas mentiras. Deitaste por terra todos os meus anseios, os meus sonhos, os meus desejos. Foi naquela água loira e febril que começou o tormento, mil tormentos! E o meu coração que tu não sentes, vai boiando ao acaso das correntes, até um dia adormecer, serenamente, como dorme no berço uma criança! Mas eu de nada sabia! E continuava, devagarinho, a caminhar pelo musgo do rochedo, a provar o fruto amargo, a sentir o perfume da desilusão. Mas continuarei a vestir a doce agonia de te esquecer!...

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Re-descoberta

Sinto que voltei a ser eu. As minhas tatuagens lunáticas nunca estiveram tão visíveis, mesmo por baixo da roupa. Deixei de as esconder. As...