terça-feira, setembro 25, 2007

Tempos da Faculdade

Já estão a chegar ao fim. Alguém diria uma vez que os tempos da faculdade são os melhores da vida. Começo a acreditar que isso possa ser verdade.
Não mais esquecerei as praxes: as flexões, as danças, a mão dada da Ana com o Samuel, o baptismo, o tribunal a abanar os veteranos, o correr presos em elásticos, a declaração do Eddi. Os jantares do Team Areias: o "eu não soy marinheiro", "ouvi ladrar", a ana a falar ao telemóvel na casa de banho dos homens, o grito a meio da rua, as fotografias, o "you cross the street and then go, go, go....", o "if you are drunk you say feira, if you are not drunk you say feira". A canção das isabéis composta numa aula de tratamento de dados. O dormir nas aulas da Sonia Dahab. As aulas do Manuel Baganha com bolas de berlim que me davam desejos. O medir no elevador. As pontuações às pessoas que passavam. O cortar na casaca do pessoal da turma. As galas: o "vamos dedicar esta canção à turma", "por favor deixa-me dançar em paz", os abraços. As bebedeiras. Os professores. As jantaradas. As cafezadas. O "mini-erasmus". Os três meses de férias. As horas passadas nas salas de computadores. As horas no bar sem fazer nenhum. A mudança do bar fixe para o bar dos ricos. As visitas à Sotancro, Tagus, Jornal de Notícias, Destak. A viagem de finalistas ao Brasil: a mha buba e a da mary, a "reshisthente", "a maria já anda de gatas", o chuveiro do bidé, o "roubo" da mala da Ana, o bazar sem pagar, o passeio de bugy, o passeio das bananas, os meus pés sensíveis, a decepção do alcatraz. O baile de finalistas. A bênção. Os colegas de grupo.
Tenho a certeza de que me irei sempre recordar destes tempos. Porquê? Porque não desejarei esquecer.

segunda-feira, setembro 24, 2007

A religião

É algo que desprezo. Algo que evaporou na minha mente. Nem sempre foi assim. Pedia à minha mãe para ir à catequese, ia à missa aos domingos de manhã (sempre com a intenção de ir à pastelaria tomar o pequeno-almoço), aprendi o Pai-nosso e o Ave-maria (a muito custo), fiz promessas das quais ainda hoje são difíceis de me separar. Mas isso foi até ao dia em que perdi os meus avós. Aí percebi. De que adiantava rezar? De que me adiantava cumprir as promessas? As coisas acontecem por si próprias. Apenas nós podemos fazer com que elas se realizem. Apenas nós poderemos alcançar o que desejamos. Ninguém pode ter a responsabilidade pelos nossos erros. Ninguém pode ser venerado quando cumprimos os nossos objectivos. Por isso me faz confusão a fé. Principalmente em pessoas que julgo inteligentes. No entanto, respeito. Nem todos podemos pensar da mesma maneira. Nem todos podemos agir da mesma maneira. E ainda bem que assim é. Somos pessoas diferentes. E a diferença é algo que valorizo.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Verão Alentejano

O "bom dia" a toda a gente. As ruas vazias e chamuscadas pelo sol que não deixa descansar a velha vila. O som do grilo e das corujas, que dizem, adivinham mortes próximas.
O sino da igreja que, de quando em vez, anima o quotidiano. Os buracos nas estradas já por si quase sem alcatrão. As festinhas compostas pela bela da tasca e pelo som pimba que convida a dançar. O cheiro nauseabundo devido às descargas na ribeira, que ao fim da tarde, intimidam os seres vivos. As vizinhas que se atropelam por uma novidade. O estacionamento gratuito em qualquer parte da vila. O sossego ao início da tarde. Os bancos da Câmara onde, à sombra, se aninham os idosos. As cobras, abelhas, libelinhas e outros tantos insectos que se atravessam na vida de um transeunte. A água que serve a população inundada em calcário. As escolas vazias. O lar de idosos a abarrotar. O sossego, a brisa quente e a aparente paragem no tempo na qual os escouralenses sobrevivem.

Liberdade

Ser livre é poder fazer aquilo que quisermos fazer, ouvir aquilo que desejamos ouvir, pensar aquilo que devemos pensar, sonhar aquilo que imaginamos sonhar. Existem várias formas de liberdade mas todas elas possuem algo em comum: o verbo poder; este vocábulo, a que tão pouca ou nenhuma importância lhe damos. As fronteiras do "eu posso" não existem, mas o comum dos mortais delimita-o com o "eu não posso". As pessoas julgam-se presas a algo a que não se aprisionam. As pessoas julgam-se livres quando se desprendem de algo a que não estão sujeitas. E quando realmente nada puderem fazer, continuarão sem aceitar a magnitude e complexidade do sentido da palavra "liberdade".

domingo, setembro 09, 2007

Canção das Isabéis


Quando aqui chegámos,
Ficámos a anhar, mas não faz mal,
Conhecemos o Team Areias.
Só depois notaram,
Que éramos as três Isabéis,
Todas Isabéis.
Aos jantares não vamos fugir,
Se houver a sangria,
Mas quem pagam são as fotografias,
Das Isabéis...

Aifos, Sevla, Aneleh,
Lebasi, Lebasi...

Ana, Zu e Lena, numa aula de Tratamento de Dados, 2003

Re-descoberta

Sinto que voltei a ser eu. As minhas tatuagens lunáticas nunca estiveram tão visíveis, mesmo por baixo da roupa. Deixei de as esconder. As...