domingo, julho 25, 2010

Leave This World Alive

Vejo-te a cair no abismo. Como foste lá parar? Só sei que te deixei de ver e de te ouvir rir. Despediste-te de nós, e eu vi como estavas contente. Deixei. Se calhar não devia. Talvez devesse ter previsto no que esse teu caminho te poderia levar, mas acreditei que desta vez pudesse acabar de outra forma. Passaste por muitos obstáculos e tempestades e não merecias te ter desiludido desta forma. Agora vejo-te aí sozinha, em frente ao abismo. Tens de ser forte e conseguir sair daí. Tens de voltar para trás mas não esquecer aquilo que aprendeste. E não posso ser eu a ir-te buscar. Não és a única, há muitos que vão aí parar, e que já conseguiram voltar, se não fosse assim estarias aí rodeada de pessoas. Estou à tua espera filha.

sábado, junho 12, 2010

"Droga"

Vicio de algo. É tão pequenino ser viciado em algo. A sensação de não se ser ninguém quando não se tem. A alegria e a calma que conseguimos quando temos. E os momentos que vêm logo depois. A satisfação e o valor dado à vida novamente. Mas depois de saciados, olhamos no espelho e vemos que já não somos os mesmos e que esse vicio tira de nós um bocadinho. Que nos afundamos cada vez mais. Mas mesmo assim, parece que na hora da decisão nos colocam uma tala nos olhos e só vemos uma saída, a pior por certo. Um ciclo vicioso, do vai e vem, do toma e leva, do chorar e rir, dos altos e baixos. A pior droga de todas.

sexta-feira, abril 30, 2010

New Wave

A contagem decrescente demorou mais do que eu estava à espera. Os ponteiros do relógio pararam e o tempo continuou no seu suplício para se tentar mover. Embora noutra cidade, noutro país, as paredes brancas vieram comigo. Continuavam na sua ânsia de me manter cada vez mais apertada, deixando pouco espaço para respirar. A minha língua entorpeceu de vez, e com medo que ela morresse ia encher a garrafa de água mesmo estando cheia só para ver e falar com alguém. Mas hoje chegou finalmente ao fim. Acabaram os registos de horas de entrada e saída da empregada de limpeza, o atender telefones e ter de ser simpática sem me apetecer, o tirar fotocópias para clientes chatas, o ter de ficar no escritório até os clientes sairem, o inventar análises de análises para não morrer consumida pelo tédio. E agora começa uma nova experiência…

segunda-feira, abril 26, 2010

Double me

"Burke was a- He took something from me. He took little pieces of me, little pieces over time, so small I didn’t notice, you know? He wanted me to be something I wasn’t, and I made myself into what he wanted. One day I was me, Cristina Yang, and then suddenly I was lying for him, and jeopardizing my career, and agreeing to be married and wearing a ring, and being a bride. Until I was standing there in a wedding dress with no eyebrows, and I wasn’t Cristina Yang anymore. And even then, I would’ve married him. I would have. I lost myself for a long time. And now that I’m finally me again, I can’t. I love you. I love you more than I loved Burke. I love you. And that scares the crap out of me because when you asked me to ignore Teddy’s page, you took a piece of me, and I let you. And that will never happen again."

quinta-feira, abril 01, 2010

Mal por mal



Já sou quem tu queres que eu seja:
tenho emprego e uma vida normal.
Mas quando acordo e não sei
quem eu sou, quem me tornei
eu começo a bater mal...
O teu bem faz-me tão mal.

Já me enquadro na tua estrutura,
não ofendo a tua moral,
Mas quando me impões o "meu bem"
e eu ainda o sinto aquém,
o teu bem faz-me tão mal,
O teu bem faz-me tão mal.

Sei que esperas que não desiluda,
Que por bem siga o teu ideal.
Mas não quero sentir ninguém
Por mais que me queiras bem.
O teu bem faz-me tão mal,
O teu bem faz-me tão mal!

Sei que me vais virar do avesso
Se eu te disser foi em mim que apostei.
Não, não é nada que me rale
Mesmo que me faças mal.
Do avesso eu te direi:
O teu mal faz-me tão bem!

sexta-feira, março 26, 2010

Turista

Definitivamente são as pessoas que fazem os lugares. Agora que cheguei a Lisboa confirmo que esta frase faz sentido. Não estou a dizer que os "reshistchentis" não me preenchem a cidade... Mas faltarão sempre as parvoíces e ataques do Brasi, a protecção e compreensão do Nuninho, as conversas de gajos com a Maria, a visão de vida do Bruninho, e a sempre e eterna amizade das minhas lebasi Anokas e Zu. Voltem, estão perdoados...

sábado, março 06, 2010

Estado de invisibilidade

Estou e ninguém sabe
Ando e ninguém vê
Falo e ninguém ouve
Toco e ninguém sente
Morro e ninguém chora.

domingo, fevereiro 14, 2010

Barata tonta

Hoje é daqueles dias destinados a pensar, a repensar, a criar, a desfazer. Em que pequenas coisas se tornam maiores, em que me assalta um sentimento de impotência e um leve rasgar de confusão. Se fingir que as coisas não existem, se as esconder num sitio onde ninguém as possa encontrar, talvez isto passe e perceba que tudo não passa do simples facto de ter muito tempo livre para pensar.

Trevo de quatro folhas

Há quatro anos criei este blog. Numa altura não muito fácil para mim, em que tinha já acumulado muita coisa que necessitava de dizer a alguém, fosse de que forma fosse; com outros nomes, com personificações; eu lá arranjava forma de me expressar, algo que sempre para mim me foi difícil.
Hoje é uma forma de contar/marcar a quem lê o que se vai passando comigo. Não deixo no entanto de tentar usar um sentido diferente aos textos para me proteger, e nem todos são publicados. Esses escreve-os simplesmente, não porque queira que as pessoas o leiam, mas porque tenho necessidade de os escrever. Acredito que haja muita gente que não entenda metade do sentido de alguns textos, mas porque esses são dirigidos a alguém em especial.
E é aqui, neste espaço, que estão representados os meus altos e baixos, os meus medos e os meus anseios, as minhas preocupações e as minhas alegrias.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Volver

Não sei explicar. É qualquer coisa entre o querer e o não querer. Entre o poder e o não poder. Entre o que é certo e o que não é certo. Entre o que é válido e o que não é válido. Deixar Madrid deixa-me um sentimento que não consigo explicar.
A melhor decisão é voltar, já pensada e repensada vezes sem contas; não há margens para dúvidas de que é isso que é o melhor e é isso que eu quero. Mas cada vez que penso que me vou embora daqui, que vou deixar esta cidade que me diz muita coisa, fico nostálgica e com um desejo ingénuo de apagar o rastro do verbo optar.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

É agora

Há treze anos que esperamos por este momento. Naquele jogo das escondidas, atrás do prédio em construção em frente à casa da Mafalda. Tinha eu 11 anos... god, como o tempo passa depressa!
Até os nomes dos filhos já estão criados desde há muito tempo: Jéssica e Paulinho Júnior (onde estavam com a cabeça?! lol). E é já em Abril que se realizará o casório mais desejado na terra.
Laura e Andreia não se esqueçam do combinado: é para arrasar! :) (P.S.: Andreia, resolve primeiro a tua vida please!:p És a nossa última esperança!)

domingo, janeiro 17, 2010

Ausente!

Calcula as horas por meses, E os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

GC

É desesperante quando o tempo parece não passar. Quando temos frio e a porta é deixada aberta. Quando queremos ouvir música e alguém a desliga. Quando queremos material e não o temos. Quando almoçamos comida fria ou temos de carregar com o tupperware porque não há micro-ondas. Quando actualizamos várias vezes a conta do Outlook para que chegue um email que nos dê trabalho. Quando olhamos para tudo o que foi feito e o tudo o que está a ser feito e nos deparamos com a realidade de que não há nada para fazer. Quando já vimos todos os emails e já cuscámos toda a gente no Facebook. Quando queremos falar e não temos ninguém. Quando queremos descer e apanhar o ar da rua e não temos companhia. Quando queremos aproveitar a cidade e não temos dinheiro. Estas quatro paredes parecem-me cada vez mais perto e o ar começa a escassiar. 36.
Vi um blog que me pareceu bastante interessante. Espreitem: http://chicosymojitos.blogspot.com

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Desemigrar

Há muito tempo que vivo à frente de uma decisão, decisão essa que me acompanha na minha rotina do dia-a-dia e nos meus pensamentos. Tenho-a obrigado a manter-se escondida, atrás de mim, na minha sombra. Mas por vezes, os meus actos ou palavras deixam escapar sinais, pistas, peças de um puzzle que a podem reconstruir. A necessidade e a passagem do tempo irão obrigar-me a expô-la.

Re-descoberta

Sinto que voltei a ser eu. As minhas tatuagens lunáticas nunca estiveram tão visíveis, mesmo por baixo da roupa. Deixei de as esconder. As...