segunda-feira, julho 30, 2007

Ready or not

Uma lua iluminando amores impossíveis. Uma sombra sobrevoando amores quase perfeitos. Quando o luar se esvanecer e a sombra se transformar na névoa transparente. Só assim é possível. A sombra numa noite de luar é difícil de sustentar, de se mover, de se fazer ver. Só alcançam a felicidade em separado. É disso que continuava à espera. Mas não posso esperar mais. A sombra é dependente de mim. Só existe se eu quiser. Só sobrevive se eu o permitir. E a lua pode desaparecer. Pode-se camuflar na noite, alheia a tudo e a todos. Pode extinguir tudo aquilo que ilumina como se de cinzas se tratasse. Cinzas. É isso. As cinzas.

quarta-feira, julho 25, 2007

Sou

Sem dúvida a lua tem um papel bastante importante na minha vida. Teve, tem e certamente terá. Sem a sua influência teria o mesmo comportamento diariamente. A minha vida seria muito monótona. Não teria estas oscilações de humor e comportamentais tão características em mim, que por vezes pode criar nas outras pessoas a sensação de que tenho duas faces.
Tudo o que quiserem saber sobre o passado é só perguntarem. Tenho uma memória de elefante. Lembro-me de tudo com todos os pormenores. A minha ligação com o passado é bastante forte. Guardo todas as recordações. Mesmo que possam parecer ridículas. Todos os principais momentos da minha vida estão arquivados algures numa arca. Talvez por isso tenha dificuldade em superar marcas do passado. Porque nunca me desligo dele.
A imaginação alimenta-me o futuro. O meu espírito criativo é notável. Sonho o que já aconteceu, aquilo que ocorre no meu dia-a-dia e o que um dia irá surgir na minha vida. Sonho, sonho, sonho a cada instante. É uma forma de navegar na realidade por uns momentos. Mas por outro lado posso sofrer decepções. Afinal aquilo que tanto sonhei antes de adormecer, não aconteceu e provavelmente nunca haverá oportunidade de se realizar.
Em relação ao presente procuro sempre o conhecimento, a evolução, a perfeição. Talvez por isso não tenho facilidade na vida sentimental. Desejo sempre o ideal.
“Carapaça dura, coração doce”. É difícil que as pessoas me conheçam. Para isso é preciso que eu permita. Utilizo uma espécie de fortaleza que não é fácil de ser ultrapassada. Muito em parte devido à minha desconfiança, e por vezes à minha timidez. Não é qualquer pessoa que me conheça bem. Aliás de todos os amigos que tenho posso listar menos de 5, aqueles que me conheçam na perfeição.
Sou bastante intuitiva, já que utilizo os meus sentidos a 100%. Exploro-os até ao limite. A visão (por vezes distorcida, é certo), a audição e o olfacto, são os mais apurados. Talvez por isso seja muito sensível ao ambiente externo. Tenha dificuldade em controlar as emoções e os sentimentos. Me conceda a mim própria mais tempo para me adaptar a novos ambientes.
Como me costumam dizer “ando sempre de antenas no ar”. Sou bastante atenta. Sei sempre tudo o que se passa à minha volta. Mas de contraste sou uma desorientada. Se me indicarem o caminho de ida, também necessitam de me indicar o de volta. É a melhor maneira de se livrarem de mim. Colocarem-me num local que não conheça e não me dizerem como saio de lá. Não sei porquê. Será porque foco a minha atenção em coisas sem importância? Ou porque nem sequer foco a atenção em lado nenhum?
Um dos meus maiores defeitos é ser preguiçosa. Bastante, para ser sincera. Muitas vezes não faço determinadas coisas só porque não me apetece fazê-las, mesmo que seja importante. Por exemplo, se não tivesse ninguém que me preparasse o jantar, não teria paciência para cozinhar todos os dias. Ou encomendava ou simplesmente não comia.
Orgulhosa e teimosa. Faço todos os possíveis para mostrar que tenho razão naquilo que digo e naquilo que faço. Quando descubro que afinal não tenho razão, nem quero ouvir falar no assunto. Para dar o braço a torcer sou do piorio. Primeiro tenho de exaustivamente me mentalizar que a razão não está do meu lado.
Não sou muito de palavras. Quer dizer quando conheço as pessoas sou uma tagarela. Mas na verdade não se pode dizer que sou uma pessoa extrovertida. E sei que transmito isso para as outras pessoas. Mas que hei-de fazer?
Gosto das pessoas. Gosto da sua cultura. Gosto de fotografia. Jornalismo. Fofocas. Mistério. Noite. Alentejo. Família. Dançar. Cantar. Dormir. Comer. Escrever. Futebol. Ping Pong. Viagens. Pobreza. Ler. Crianças.
Não gosto da religião. Não gosto da mentira. Estereótipos. Racismo. Trabalhos domésticos. Correr. Conduzir. Cremes para isto e para aquilo. Futilidade. Barcos. Arrogância. Médicos.

Re-descoberta

Sinto que voltei a ser eu. As minhas tatuagens lunáticas nunca estiveram tão visíveis, mesmo por baixo da roupa. Deixei de as esconder. As...