quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Carta a gozar para gente convencida III

Esses teus caracóis denunciam a tua doce presença no pátio da minha escola. Inquieta-me pensar que estão ao dispôr de tantos olhares e que não só para mim como que eu quero.
Tu e o Rodrigo são como duas papoilas expostas aos ventos agrestes desta nossa terra. E eu quero-vos proteger e não posso.
Vêm-me as lágrimas aos olhos quando penso que vocês dois se podem rir dos meus sentimentos. Eu acho que o que eu sinto por vocês é mais do que carinho, mais do que paixão, mais do que amor…
Dava a minha vida por vocês porque sem vocês os dois, meus amores, a minha vida deixava de ter sentido. E eu rumaria em direcção ao vácuo, para me perder nas sombras da incerteza e do desencanto. Vocês são a minha bússola, o meu Norte. A direcção da minha vida.
O que posso eu fazer? Não é de há muito tempo esta paixão assolapada que me rói e destrói por dentro mas é tão intensa como se durasse há centenas ou milhares de anos. Não sei como surgiu. Primeiro, tu, João e de seguida o Rodriguinho. Mas agora ocupam os dois um lugar central na minha vida e no meu coração.
Não é à toa que escrevo esta carta. Não me vou denunciar mas vou deixar aqui um pedido:
Eu mal falo com vocês. Cumprimento-vos e pouco mais mas, por favor, dêem-me alguma atenção não me façam esses sorrisos enigmáticos de compaixão mas um pleno de amor e paixão.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Dedicado a um amigo

Calor! Muito calor sinto eu por aquelas estradas de terra batida ladeadas de silvas agrestes e árvores sem cor. Ainda me recordo da última vez que por lá passei. Foi ontem, ontem à tarde. A saia prende-me os passos e o caminho parece cada vez mais longo! Já estava atrasada! Até parece bem chegar tarde. Por fim avisto-o! É inconfundível no seio daquela paisagem. Magoaste-me. Magoaste-me tanto com essas tuas mentiras. Deitaste por terra todos os meus anseios, os meus sonhos, os meus desejos. Foi naquela água loira e febril que começou o tormento, mil tormentos! E o meu coração que tu não sentes, vai boiando ao acaso das correntes, até um dia adormecer, serenamente, como dorme no berço uma criança! Mas eu de nada sabia! E continuava, devagarinho, a caminhar pelo musgo do rochedo, a provar o fruto amargo, a sentir o perfume da desilusão. Mas continuarei a vestir a doce agonia de te esquecer!...

Re-descoberta

Sinto que voltei a ser eu. As minhas tatuagens lunáticas nunca estiveram tão visíveis, mesmo por baixo da roupa. Deixei de as esconder. As...