quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Carta a gozar para gente convencida III

Esses teus caracóis denunciam a tua doce presença no pátio da minha escola. Inquieta-me pensar que estão ao dispôr de tantos olhares e que não só para mim como que eu quero.
Tu e o Rodrigo são como duas papoilas expostas aos ventos agrestes desta nossa terra. E eu quero-vos proteger e não posso.
Vêm-me as lágrimas aos olhos quando penso que vocês dois se podem rir dos meus sentimentos. Eu acho que o que eu sinto por vocês é mais do que carinho, mais do que paixão, mais do que amor…
Dava a minha vida por vocês porque sem vocês os dois, meus amores, a minha vida deixava de ter sentido. E eu rumaria em direcção ao vácuo, para me perder nas sombras da incerteza e do desencanto. Vocês são a minha bússola, o meu Norte. A direcção da minha vida.
O que posso eu fazer? Não é de há muito tempo esta paixão assolapada que me rói e destrói por dentro mas é tão intensa como se durasse há centenas ou milhares de anos. Não sei como surgiu. Primeiro, tu, João e de seguida o Rodriguinho. Mas agora ocupam os dois um lugar central na minha vida e no meu coração.
Não é à toa que escrevo esta carta. Não me vou denunciar mas vou deixar aqui um pedido:
Eu mal falo com vocês. Cumprimento-vos e pouco mais mas, por favor, dêem-me alguma atenção não me façam esses sorrisos enigmáticos de compaixão mas um pleno de amor e paixão.

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