quinta-feira, agosto 07, 2008

Nove meses HR

Apenas nove meses, mas parece que estava há anos. Os ponteiros demoravam a percorrer o relógio. Para quem nunca tinha trabalhado, não tinha conhecimentos de Outlook e não estava habituada a obrigações e responsabilidades, foi um grande período de aprendizagem. Aprendi que nunca podemos buscar o perfeito mas sim o possível, que não podemos admitir os nossos erros perante as outras pessoas; que a nossa equipa é competente e todas as outras são incompetentes; que devemos realizar as tarefas e calar mesmo se com elas não estivermos de acordo; que devemos trabalhar vinte e quatro horas por dia em sete dias da semana mesmo se do tempo que estivermos no escritório cinquenta por cento seja dispensado em tarefas da empresa; que devemos nos esforçar para fazer sempre o melhor não para que o nosso trabalho seja reconhecido mas por uma questão de consciência e responsabilidade; que devemos sempre buscar a máxima receita mesmo que para isso estejamos a infringir a lei ou a enganar o consumidor; que devemos mostrar ao nosso chefe o melhor de nós mesmo se tivermos de prejudicar o colega de equipa. Por estes motivos decidi sair. Eu, enquanto pessoa, não me encontro neste estilo de vida e de trabalho. Vou guardar estes ensinamentos numa caixinha e esperar nunca ter de a reabrir. Mas não vou fingir que não me custa deixar a empresa. Não só pelo trabalho em si, mas porque foi quase um ano a conviver com as mesmas pessoas diariamente. Os membros das equipas, os colegas do “olá” e do “bom dia”, os países utilizadores do website, os que apenas tive oportunidade de conhecer nos últimos dias, os que não me consideram transparente.

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